JUNTA DE FREGUESIA DA CUMIEIRA
ORIGEM E EVOLUÇÃO HISTÓRICA
A Cumieira foi elevada à categoria de Vila em 1 de Novembro de 1999, pela Lei 83/99 de 30 de Junho. Pertence ao concelho de Santa Marta de Penaguião, distrito, diocese e comarca de Vila Real e é das mais bonitas e bem situadas freguesias do Concelho.
Composta pelos povos do Assento, Cumieira, Veiga, Bertelo, Covelo, Amoreira, Pousada, Ribeirões, S. Martinho e Silhão, tem uma área de 1 143 hectares, aproximadamente.
Situada a 8 quilómetros da sede do Concelho, confronta com as freguesias de Fornelos, Sever e Louredo, também penaguienses e ainda com a freguesia de Torgueda do concelho de Vila Real. A Este e a Sudoeste tem, a beijar-lhe os pés, os rios Corgo e Arcadela, respectivamente. De salientar a Oeste e a escassos quilómetros a imponente serra do Marão, responsável pelo micro-clima tão característico desta região.
Na sua área encontraram-se vários documentos arqueológicos a confirmar um povo muito remoto: (mós, pias, restos de ânforas, tijolos, moedas). Na realidade e de acordo com a "Grande Enciclopédia Portuguesa e Brasileira", a Cumieira aparece já referida em documentos escritos desde 1143 (doação feita por D. Afonso Henriques ao mosteiro da Ermida, do couto, que nesse ano instituía sobre o rio Corgo, em terras de Panoias, em frente de Lobrigos).
Nas Inquirições de 1258 é já paróquia, com o nome de Santa Eovaye de Anduffi, no julgado de Penaguião.
Quase todos os topónimos desta freguesia aparecem também documentados a partir do século XII.
A antiga freguesia era abadia da apresentação da mitra bracarense. Pertenceu depois ao bispado de Lamego, até à criação da diocese de Vila Real, em 20 de Abril de 1922.
O lugar da Veiga teve o seu primeiro foral em 18 de Abril de 1325 (reinado de D. Dinis) e o segundo foral concedido pelo rei D. Manuel I, em 15 de Dezembro de 1519.
Quanto ao povoamento, sempre oscilou muito com a emigração: primeiro para o Brasil e África, depois para os diversos países da Europa. Todavia, cálculos actuais falam em 2100 habitantes. Parece ser uma população bastante equilibrada quanto ao sexo (840 elementos masculinos contra 838 elementos femininos), conforme documentava o Censos/91. De acordo com o mesma fonte, havia 509 famílias viverem em 590 alojamentos. Estes números parecem estacionários, pois há uma fraca taxa de natalidade e consequentemente fortes características de envelhecimento da população.
A base da sua economia assenta na agricultura, de onde se salientam dois produtos: o vinho e o azeite.
Segundo dados recolhidos em organismos oficiais (Casa do Douro e Caves Santa Marta) a viticultura cumieirense é composta por cerca de 500 produtores, dos quais 400 são associados da Adega Cooperativa. Em termos de produção e nos anos considerados normais. os Vitivinicultores produzem 2.475.000 litros de mosto vínico (4.500 pipas) dos quais cerca de 825.000 litros (1.500 pipas) são destinadas à produção de vinho generoso (vinho do Porto). Todo este vinho é produzido em 1.680 propriedades, concluindo-se que a característica dominante é a pequena propriedade, que permite um rendimento global e anual de 600.000 contos.
Quanto à olivicultura, pode afirmar-se que, nos últimos anos, face a movimentos de restruturação e conversão integrados nos Projectos e Leis Comunitárias, muitos olivais têm cedido o seu lugar a vinhedos. Contudo, e de acordo com informações do M.A.P., o cadastro regista ainda 20.000 exemplares, mas na realidade existem muitas mais. Relativamente à produção (exceptuando os anos de produção zero ou perto disso) situa-se entre os 60.000 e os 100.000 litros de azeite. Assim, o valor médio anual deste produto rondará cerca de 60.000 contos.
São essencialmente estas duas culturas que economicamente têm um forte peso e importância, quer na própria freguesia quer mesmo a nível concelhio.
Comercialmente é a cidade de Vila Real, a cerca de 7 quilómetros, quem dá resposta a quase todas as carências desta freguesia.
FICHA DE DADOS
ORAGO
Santa Eulália
POPULAÇÃO
Cerca de 2 100 habitantes.
ELEITORES
1481 (Fevereiro/2001).
ACTIVIDADES ECONÓMICAS
Agricultura, vinicultura, olivicultura, serralharia, construção civil pequeno comércio e turismo rural.
FESTAS E ROMARIAS
Santa Eulália e Santa Bárbara (1º fim de semana do mês de Agosto).
PATRIMÓNIO CULTURAL E EDIFICADO
Igreja Matriz (construída no ano de 1729 séc.XVIII sob a direcção do famoso arquitecto italiano Nicolau Nasoni. É de estilo barroco, de uma só nave, de grandes proporções e riquíssima em talha dourada);
Capelas (Santa Bárbara, Nossa Senhora da Esperança, Nossa Senhora do Carmo e Nossa Senhora da Conceição);
Senhor dos Aflitos;
Nicho do Imaculado Coração de Maria;
Cruzeiro;
Fonte do Cruzeiro;
Monumento ao Marechal António Teixeira Rebelo (ilustre cumieirense, nascido no Lugar de Silhão, em 1750, fundador e 1º Director do Colégio Militar);
Casas solarengas e senhoriais (Casa do Canto, Casa da Quinta da Portela, Casa da Quinta de Bertelo, Casa da Boavista e Casa dos Távoras);
De referir ainda a Casa da Quinta da Cumieira (turismo rural) e o edifício de grandes proporções e recentemente edificado - Centro Social e Paroquial de Santa Eulália da Cumieira.
LOCAIS DE INTERESSE TURÍSTICO
Miradouro de Santa Bárbara, Casa da Quinta da Cumieira e Quinta da Portela.
GASTRONOMIA
Cabrito assado e arroz do forno, massa dos casamentos, arroz de feijão vermelho com posta de bacalhau cozido regado com azeite (chamado arroz de vindima) e pão-de-ló .
ARTESANATO
Cestaria e sapataria.
COLECTIVIDADES
Banda Musical da Cumieira (fundada em 1830);
Sporting Club da Cumieira (fundado em 1933);
O "GRUCHA" - Grupo Cénico Cumieirense Hoje e Amanhã (fundado em 1981);
E a Associação Cultural Recreativa e Desportiva da Cumieira (fundada em 1986).
in http://regiaotransmontana.net4b.pt/Regiao/Freguesias/Cumieira/jcumieira.htm, [Consulta em 9dez2017]