Montes Sto Estêvão em Lamego e em Lobrigos
TERRAS DE PENAGOYÃ:


”Apesar de nos tempos de hoje não ser uma realidade correspondente ao que era no passado, defendo a sua promoção e estudo. Porque a nossa história deve ser estudada, preservada e publicitada.
SE NÃO DEFENDERMOS O QUE É NOSSO, QUEM É QUE O DEFENDE?"
Por Monteiro de Queiroz, 2018
Montes Sto Estêvão
"Tentativa
Etymologico-Toponymica"
Lobrigos & Penaguião
por Pedro Augusto Ferreira
TENTATIVA ETYMOLOGICO-TOPONYMICA
INTRODUÇÃO
“A do Pisco - póde vir dos piscos, aves - ou antes de Prisco, nome romano e nome d’um santo, que teve a forma Pisco.
Ruy Fernandes, na sua interessante descripção do terreno em volta de Lamego duas léguas, escripta em 1532 e publicada no vol. V dos Ineditos da Historia Portagueza, fallando da villa da Regoa, diz que o seu orago in illo tempore, era S. Pisco. Hoje é S. Faustino.”
pág. XVI
_______________
“De passagem direi que Medello vem de Metellus, i, nome romano, que além de Medello, deu Metello, appellido nobre, etc. Por seu turno Metellinus, i, diminutivo de Metellus, deu Medellim e Medellinha, povoações nossas, e Medim por Medellim, parochia extincta no concelho de Penaguião, que tinha como padroeiro S, José. e foi annexada á freguezia de Sanhoane, antiga forma de S. João, pelo que o orago d'esta é S. José, vulgo S. José de Medim !...”
pág. 296
_______________
“E temos no concelho de Santa Martha de Penaguião, um sitio e uma capella com o mesmo nome de Copa Cabana, pertencentes á grande quinta das Cabanas, propriedade actual do senhor Júlio Moreira, distincto escriptor, etc. 1
1 Morava S. Ex.a no Porto, onde falleceu no meado de 1911”
pág. 273
_______________
“Note-se que os oragos de varias freguezias teem sido alterados e substituídos por outros. Assim o padroeiro da villa da Regoa foi S. Prisco, vulgo S. Pisco e actualmente é S. Faustino. Também no concelho de Penaguião a freguezia de Sanhoane, antiga forma de S. João, teve como padroeiro S. João, mas o seu orago actual é S. José, vulgo S. José de Medim, contracção de Medelim por Metellim, de Metellinus, i, diminutivo de Metellus, i, nome romano que deu Metello, appellido nobre actual, e Medello, antigo couto, hoje simples aldeia no aro de Lamego.”
pág. 295
_______________
“Dobrigo. Veja-se Lobrigos.
Note-se que as letras d e l, confundiram-se na onomástica portugueza. Veja-se o tópico Substituição de letras.”
pág. 296
_______________
“Também Domnus, i, foi antigamente nome pessoal, que se encontra em Penedono, villa outr'ora denominada Pena de Domno, como Penaguião - Pena de Gedeon, rico-homem, seu fundador.”
pág.298
_______________
Lobrigos.
1.º - De…
2.º - De Lodericus, Loderico, antigo nome pessoal do século IX.
Vida da Beata Mafalda, por Frei Fortunato de S. Boaventura, pagina 217.
3.º - Do baixo latim lupiculus - lobinho. Confronte-se Lupicolo, appellido na Itália. Veja-se Penaguião, infra.
4.º - De Lovericus, antigo nome pessoal, talvez o mesmo que Lodericus?...
pág. 321
_______________
Penaguião. - De Pena-Gedeão. Veja-se Elucidário, vb. Cajom 1.º e Caldeira, onde se diz que a villa de Penaguião foi fundada pelo Rico-homem D. Gomes Mendes Gedeão, em 1191.
Veja se também Alvoriçar, no mesmo Elucidario.
Do que Viterbo diz nos logares citados se infere que a freguezia de S. Miguel de Lobrigos, antes de 1191 pertencia ao concelho de Godim ou de Borba de Godim, hoje simples freguezia de S. José de Godim, concelho da Regoa e que pelo facto do abbade de S. Miguel de Lobrigos, concelho de Borba de Godim, magoar o Rico-homem D. Gomes Mendes Gedeão, este fundou a villa e o concelho de Penaguião, ao qual ficou pertencendo a freguezia de S. Miguel de Lobrigos, para melhor se desaffrontar do dito abbade, pondo-a na sua immediata dependência, posto que já no acto do conflicto não lhe acatou ou respeitou as ordens, isto é - insultou-o e bateu-lhe!...
pág. 341
_______________
TENTATIVA ETYMOLOGICO-TOPONYMICA, TERCEIRO VOLUME
ou INVESTIGAÇÃO DA ETYMOLOGIA OU PROVENIÊNCIA DOS NOMES DAS NOSSAS POVOAÇÕES
POR
Pedro Augusto Ferreira
Bacharel formado em Theologia,
continuador do Portugal Antigo e Moderno
e Abbade de Miragaya, aposentado.
Porto
Tipografia. Mendonça (a vapor)
Rua da Picaria, 30
1915
_______________
Digitized by the Internet Archive
in 2010 with funding from
University of Toronto
https://ia800307.us.archive.org/32/items/tentativaetymolo03ferr/tentativaetymolo03ferr.pdf [17.abr.2020]
Viseu > Vila Real > Chaves.
Da devoção ao turismo:
O Caminho Português Interior
de Santiago de Compostela
Património
cultural jacobeu,
turismo
e peregrinação:
O
Caminho Português Interior de
Santiago
de Compostela (CPIS)
Xerardo
Pereiro (Coord.)
PASOS
Revista
de Turismo y Patrimonio Cultural
Pasos
Edita, 25
www.pasosonline.org
http://www.pasosonline.org/Publicados/pasosoedita/PSEdita25.pdf
(...)
Arlindo
de Magalhães Ribeiro da Cunha, pág. 5
Capítulo
1
Viseu
> Vila real > Chaves.
Da
devoção ao turismo: O Caminho Português
Interior
de Santiago de Compostela
ARLINDO
DE MAGALHÃES RIBEIRO DA CUNHA
Universidade
Católica Portuguesa (UCP)
cunharlindo@gmail.com
1.
Introdução
Este
texto é resultado de uma palestra sobre o Caminho Português
Interior de Santiago de Compostela, ministrada na UTAD (Universidade
de Trás-os-Montes e Alto Douro) em Vila Real (Portugal) o dia 5 de
abril de 2017. O conteúdo do texto tem como base uma análise
histórica, documental e das memórias sociais de terreno. Foram
tidos em consideração os relatos de peregrinação a Santiago de
Compostela, as estradas e caminhos históricos, o património
histórico-artístico das rotas (ex. igrejas, ermidas, esculturas …)
de peregrinação, o património cultural jacobeu em Portugal, a
extensa toponímia e hagiotoponímia e a devoção e culto de
Santiago de Compostela em Portugal. Ao longo do texto põe-se de
manifesto como peregrinar não é apenas um produto turístico, e
como o caminho do peregrino é algo mais do que o prosaico caminho do
viageiro.
Em
2010 (29 de Outubro), em Chaves, nas IV Jornadas Luso-Galaicas
Turismo Cultural e Religioso, eu disse assim:
«…
sem medo de errar ou de ser contraditado, o mais belo, o mais
espectacular, o mais recolhido, e o mais espiritual trajecto jacobeu
português, é o que liga Viseu a Chaves, pela Régua e Vila Real,
embora todo ele
Viseu
> Vila real > Chaves. Da devoção ao turismo: …, pág. 6
deva
estar todo escacado pela auto-estrada entretanto construída! (…)»
O
património jacobeu português, e particularmente o transmontano, é,
ainda hoje, um tesouro desconhecido, silenciosamente guardado, quando
não já violado ou destruído por adeptos de desportos radicais, por
veículos todo-o-terreno, por motos 4, por mágicos e
iniciáticos, e por todos os peregrinos éticos e estéticos
de que falou David Lodge1 . Tenho muito gosto em estar
aqui; agradeço à Universidade de Trás-os-Montes e Alto Douro
ter-me convidado a vir, e confesso que fiquei felicíssimo quando vi
que, neste trabalho, participarão professores de antropologia, de
turismo, de história e de biologia. Bem hajam todos: os que me
convidaram e os que me vão ensinar.
São
de facto imensos os caminhos “de Santiago” que, passado o Douro e
atravessando Trás-os-Montes, os peregrinos compostelanos utilizavam
para chegar ao pretenso túmulo do Apóstolo em Compostela. Imensos!
Tantos que, em toda a Europa e particularmente em Portugal,
Trás-os-Montes é o território que gerou a maior concentração de
lugares relacionados com o culto jacobeu e a peregrinação a
Compostela.
Não
falarei da história multisecular da peregrinação ao Finis
Terrae e depois a Compostela, porquê? e como? Falarei, sim, do
Património que se gerou ao longo e à volta de um caminho romano e
depois jacobeu que começava no Algarve mas que, de Viseu a Chaves,
se salientou na demanda do pretenso túmulo do apóstolo Tiago.
Nos
meados do séc. XII, o Codex Calixtinus, um celebérrimo manuscrito
de Compostela, dizia assim: “As cidades e povoações maiores que
então existiam na Galiza são as seguintes: Viseu, Lamego, (Dumio,
Coimbra, Lugo,) Ourense…”2 .
(…)
_______________
1
LODGE, David – Terapia, Lisboa: Gradiva, 1995, p. 257.
2
OTERO, X. Carro (reed.) - Liber Sancti Jacobi “Repito: Calixtinus”,
1992, Xunta de Galicia, p. 410. Seguiam-se depois as mais cidades
apontadas: Iria, Tuy, Mondoñedo, Braga la metropolitana, la ciudad
de Santa Maria de Guimarães, Corunha, Compostela, aunque todavía
pequeña entonces”.
(…)
Arlindo
de Magalhães Ribeiro da Cunha, pág. 11
2.
De Viseu a Chaves
(...)
Viseu
> Vila real > Chaves. Da devoção ao turismo: …, pág.
14
Recorte
nosso do original em baixo
Foto
05: Mapa de Viseu a Chaves (Arlindo de Magalhães)
(…)
Em
Magueija, melhor, na Magueijinha, existiu uma paroquial “de
Santiago”, “acanhada e atarracada”, até que, no séc. XVIII,
se construiu noutro lugar uma paroquial nova. Da primitiva nada
resta. Mas perduram uma calçada, ainda hoje chamada “caminho de
Santiago”, assim chamado, e uma ponte, ambas de origem romana. O
povo não esquece!
Chegado
a Lamego17, o peregrino podia pousar: “havia umas seis
ou sete albergarias” 18. Ainda em Lamego, numa ermida
dedicada a Nossa Senhora
_______________
17
Chegava ainda a Lamego um outro caminho “de Santiago”. Vinha dos
lados de Moimenta da Beira e Sernancelhe. A chegar à cidade, em
Cepões, há um topónimo e ermida “de Santiago”.
18
“havia umas seis ou sete albergarias, e hospital de leprosos,
[que] … não deixariam de ter seu hospício ou hospital…;
estas casas que, por antonomásia, se chamavam charidades,
hoje desapareceram da nossa lembrança” (Elucidário de
Viterbo, II, p. 97.1).
Arlindo
de Magalhães Ribeiro da Cunha, pág. 15
da
Conceição havia um altar colateral de São Gonçalo; numa outra, de
Nossa Senhora do Desterro, um altar e uma Irmandade de S. Gonçalo19.
Ainda em Lamego na capela da Senhora da Conceição de Paredes havia
um altar lateral de S. Gonçalo20. Um historiador diz que
«a devoção a S. Gonçalo era uma das mais frequentemente invocadas
na cidade [de Lamego]»21.
Em
1682 aprovam-se os Estatutos da Irmandade22 dos Clérigos
Pobres de São Bento da cidade de Lamego, da qual (Irmandade) São
Gonçalo era padroeiro secundário23;
A
seguir, é Santiago de Sande (também Lamego)24, Cambres
(Lamego, ermida S. Gonçalo) e Rio Bom, com uma ermida de S. Gonçalo.
No
século XVIII, a Régua era ainda uma povoação insignificante.
Havia duas freguesias - a de S.
Prisco da Régua (a montante) e a de S. Faustino do Peso (a jusante).
Não faltavam barcas para a travessia do Douro.
A
montante podia subir-se do lado esquerdo do Corgo na direcção de
Panóias: na Magalhã (lugar de Abaças) há uma
ermida da S. Gonçalo25, logo a seguir a paróquia de
Andrães que é de Santiago e em Constantim há outra capela de S.
Gonçalo26. Na abóbada almofadada da sacristia da capela
da Casa de Mateus há um santoral que inclui Santiago e São Gonçalo.
Em
tempo mais recente (quer dizer, a partir da Régua actual), passou a
subir-se a Lobrigos (S. João), onde há uma ermida de S.
Gonçalo27, passava-se
_______________
19
CAPELA, José Viriato e MATOS, Henrique - As freguesias do Distrito
de Viseu nas Memórias Paroquiais de 1758, Braga, 2010, pp. 279.2 e
300.1. Na Sé Catedral havia a capela de Santiago “que renderá dez
mil reis”!
20
COSTA, M. Gonçalves - História do Bispado e cidade de Lamego, V,
626
21
Id., III, p. 392.
22
Ver Apêndice: ”Confraria / Irmandade”.
23
Recorde-se o referido sobre a contenda entre dominicanos e
beneditinos.
24
Em Santiago de Sande podia, passando em Samodães, chegar facilmente
a Penajóia, onde havia uma ermida de Santiago
25
CARDOSO, Luis - Diccionario geografico, ou noticia historica de todas
as cidades… de Portugal, e Algarve…, Vol 1, Lisboa, Officina
Sylviana, 1747-1751, p. 2/3.
26
Em Lagares (Mouçós), lugar situado num antigo caminho que provinha
de S. Martinho de Antas, há uma capela e houve um Confraria, ambas
“de S. Gonçalo”. Dali se seguia para Vilarinho da Samardã.
27
De Lobrigos, por Santa Marta de Penaguião, chegava-se a Fontes
(paróquia de Santiago e altar de S. Gonçalo na paroquial), na
direção de Vila Cova (Vila Real, paróquia de Santiago), onde
existe um belo padrão de S. Gonçalo. No adro da igreja paroquial de
Santiago de Fontes (Sta Marta de Penaguião) - espero que ainda lá
esteja e não o tirem! - há um painel de azulejos que ali terá sido
colocado por inícios do séc. XX, ou ainda no XIX, no qual, entre
outras quadras, esta: “Dar pousada aos peregrinos / Vale
menos do que dar / Moradia às pobres almas / no coração do lugar”.
Na afirmativa, o que esta quadra quer dizer isto: Vale mais dar
moradia às pobres almas (do purgatório) no coração do lugar -
aqui, no adro da igreja de Fontes, por exemplo - que dar pousada aos
peregrinos. A peregrinação descera já, e muito, na valorização
popular. O painel de azulejos de Fontes é histórico: porque nos dá
conta da sensibilidade popular religiosa de um tempo passado.
Viseu
> Vila real > Chaves. Da devoção ao turismo: …, pág. 16
à
Cumieira (altar de S. Gonçalo na paroquial) e logo se estava às
portas de Vila Real, em Parada de Cunhos (freguesia de S. Cristóvão),
onde existe também uma capela de S. Roque com Irmandade28;
A
jusante, havia mais duas barcas: a que ligava Samodães a Fontelas
(Barca do
Carvalho*) e seguia para Santa Marta
de Penaguião; e depois a célebre barca de Moledo (Barca
do Granjão*), criada nos inícios na
nacionalidade por D. Afonso Henriques.
*
Notas nossas
Quando,
em 1289, D. Dinis fundou realmente a Vila Real de Panóias29,
subindo do Douro pelo lado direito do Corgo passou a poder entrar-se
na Vila, por Folhadela, paróquia de Santiago30
em cuja paroquial havia também um altar “do milagrozo
Sam Gonçalo, que pella grande devoçam com que o veneram os
moradores desta freguezia lhe levantaram hum[a] irmandade com numero
de trezentos irmanos e o festejam com toda a solemnidade no dia dez
de Janeiro”31.
Em
Vila Real, no «Campo do Tabolado», destruído no início do século
XX para se construir a Av. Carvalho de Araújo, existiu, numa Rua de
Santiago,
_______________
28
Grande Enciclopédia Portuguesa Brasileira, Vol. 35, 857.1
29
A primeira estrada Viseu -
Chaves foi a romana. Passava em Panóias. Agora se aponta por alto a
sua direcção: Viseu, Orgens, Pousa Maria, Castro Daire, Magueija,
Lamego e logo se passava o Douro. Depois, Galafura ou Poiares,
Canelas, Constantim, Panóias, Lagares, Juste, Cidadelha, Vila Pouca
de Aguiar, Pedras Salgadas (Rua da Estrada Romana), Sabroso de
Aguiar, Oura, Salus (Termas romanas de Vidago), Samaiões, Madalena,
Aquæ Flaviæ. Mas quando, em 1289, D. Dinis fundou a Vila Real de
Panóias, tudo se alterou.
30
Uma estrada romana que, de Bragança, descia à zona do futuro Porto,
cruzava-se, por Panóias, com a romana Viseu-Chaves. Um não curta
calçada da bragançana pode ainda ver-se ao lado da igreja paroquial
de Mondrões (ao lado ocidental da cidade), bem como a beleza do seu
frontispício. Não podem também esquecer-se as freguesias de Vila
Marim (Vila Real, que teve uma Confraria de São Gonçalo) e de
Santiago de Lamas de Olo (Vila Real) que, Alvão acima e abaixo,
ligava Trás-os-Montes com Mondim de Basto - Braga, a caminho de
Compostela.
31
CAPELA (José Viriato) - As freguesias do Distrito de Vila Real nas
Memórias Paroquiais de 1758, Braga, 2006, pp- 545-546.
Arlindo
de Magalhães Ribeiro da Cunha, pág.
17
uma
capela do Apóstolo, que, até ao século XVII, foi sede de uma
Confraria32 de Santiago. Houve também uma Albergaria de
S. Brás, onde após alguns abusos, em 12 Outubro de 1395, D. João I
sentiu necessidade de proibir os nobres e outras pessoas poderosas de
se aproveitarem dela, pois que - disse o rei - ela só devia servir
para “se acolherem muitos pobres e minguados como foe feita para os
pobres e romeus e outras pessoas que de direito quiserem hir pousar
en ella”33. Em 1703 foi criada a Confraria de São
Gonçalo na igreja do Convento de Vila Real34.
Ainda
em Vila Real, na Capela Nova (ou igreja dos Clérigos, ver foto 06),
de Nasoni, encontrei, em 1989, na sacristia uma bela imagem de
Santiago.
Após
Vila Real, em Vila Seca (Adoufe) há uma ermida de S. Gonçalo; em
Vilarinho da Samardã (uma Confraria do mesmo S. Gonçalo); em Zimão
e Fontes, dois lugares da paróquia de Telões (Vila Pouca de
Aguiar), ambos com sua capela de S. Gonçalo. Soutelo de Aguiar ou do
Vale, é freguesia “de Santiago”.
(...)
_______________
32
Ver Apêndice: ”Confraria / Irmandade”.
33
PARENTE, João - Idade Média no Distrito de Vila Real, IV Vol.,
2014, Vila Real: Âncora Editora, p. 316. Ver documento da
Chancelaria de D. João I, in GONÇALVES, Fernando de Sousa Silva -
Memórias de Vila Real, 1º Volume, Vila Real, 1987, p. 143.
34
SILVA GONÇALVES, Fernando de Sousa - Memórias de Vila Real, I, Vila
Real, 1987, pp. 183 ss.
Viseu
> Vila real > Chaves. Da devoção ao turismo: …, pág. 18
Foto
06: Imagem de Santiago (certamente proveniente da antiga ermida do
Apóstolo existente no «Campo do Tabolado» e foi destruído no
início do século XX para se construir a Av. Carvalho de Araújo).
Está hoje na Igreja clérigos ou Capela Nova, de Vila Real
(...)
Apêndice
1.
1.
Igreja > Capela > Ermida > Freguesia e paróquia
A
palavra grega ecclesía quer dizer reunião de
um qualquer grupo de pessoas, assembleia popular, etc. Jesus nunca
falou na Igreja, nem utilizou esta palavra.
Aos
primeiros cristãos, porém, que se reuniam em casa uns dos outros,
nomeadamente no “primeiro dia da semana”, começaram a chamar-lhe
a ecclesía75 > igreja (que estava
em Roma, em Corinto, igreja de Tessalónica, de Éfeso…).
Claro
que os cristãos que formavam uma ecclesía > igreja
começaram a ser muitos. Logo tiveram de procurar ou construir
grandes espaços para caberem todos. A esses edifícios - não já ao
conjunto dos cristãos - passaram então a chamar-lhes igrejas.
Mais
tarde, além das igrejas grandes, surgiram outras, mais pequenas: as
capelas, igrejinhas pequenas - quase todas só com um altar -
normalmente situadas em lugares ermos (donde ermidas) e
altos (que substituíam antiquíssimos templos pagãos).
Com
o tempo, a palavra ecclesía começou a escorregar:
ecclesía > iglesía > igreja;
e os cristãos, os baptizados > os filii iglesie
(filhos da Igreja) >
feligreses
_______________
75
étumos + logía = verdadeira palavra-
Arlindo
de Magalhães Ribeiro da Cunha, pág. 35
que
começaram a ser chamados os fregueses.
Mas,
com o crescimento do número destes pequenos grupos de cristãos que
se reuniam em igrejas, ermidas ou capelas, precisaram ainda de se
organizarem melhor. Os bispos que viviam nas grandes cidades sentiram
necessidade de enviar alguns presbíteros, dos que viviam consigo, a
evangelizar o mundo rural. Este dividia-se em pagus >
pequenas aldeias. Os que nelas viviam, os pagani
(isto é, os habitantes dos pagi) ainda não
haviam sido cristianizados. E a palavra pagani passou a
dizer os não evangelizados, os pagãos.
E
cada vez mais foi preciso também marcar com algum rigor o território
entregue a cada presbítero. E a cada território se chamou paróquia
(do grego pará+oikía, casa ao lado). Paróquia,
portanto, era uma unidade territorial de casas de cristãos
que, geograficamente, constituíam uma nova iglesia
local
Modernamente,
na nossa língua portuguesa, a palavra freguesia é do âmbito da
administração civil e a paróquia da organização das igrejas
locais.
2.
”Confraria / Irmandade”.
«A
Confraria pode definir-se como associação de fiéis canonicamente
erecta em pessoa moral para o incremento do culto público. A nota
específica da Confraria consiste em que tem por fim “o incremento
do culto público”, ainda que as obras de caridade cristã não
sejam excluídas. (…) O novo Código de Direito Canónico engloba
estas espécies de associações na designação genérica de
associações de fiéis sem as especificar pelos seus fiéis (câns
321-326)» (BIGOTTE, J. Quelhas - “Confrarias”, in
Enciclopédia Verbo, Editorial Verbo Século XXI, Vol. 7, col.
888). (…) “ [Às Confrarias] Dá-se-lhes, também, o nome de
irmandades, fraternidades, confraternidades, congregações e, ainda,
uniões e associações” (Id., col. 889).
_______________
[18.abr.2020]
Lubrigo
"BOAZO (STA. MARIA DE): felig. en la prov. y dióc. de Orense (6 leg.), part. jud. de la Puebla de Tribes (3), y ayunt. de Teijeira (1/2): SIT. á la caida de la sierra llamada de Pedrouzos, continuacion de la de San Mamed, en donde se forma una planicie hacia el N.: CLIMA templado y sano: comprende los l. de Boazo, Casa-do-Monte y Lubrigo, que reunen 39 CASAS, terrenas en su mayor parte, si bien la rectoral es sólida y cómoda. La igl. parr. (Sta. Maria) es de buena construcción con una torre piramidal; hay en ella 3 altares regularmente pintados, con los ornamentos indispensables para el culto; está servida por un curato de entrada y patronato laical; el cementerio en nada perjudica á la salud pública. El TERM. confina por N. y O. con el r. que vа á la felig. de Lumeares que la divide de las de Piedrafita y Montoedo; por E. con Poboeiros, y por S. con Pedrouzos; estendiéndose por donde mas ¼ de leg.; hay una fuente en Boazo de buen agua. El TERRENO en lo general es bastante fértil y no escasea el arbolado: la parte mas inmediata á la pobl. es de primera calidad y la restante de segunda; hacia el N. forma una hondonada poblada de castaños y circuida de prados que baña el r. Lumeares, sobre el cual hay 2 puentes de madera, llamado el uno de los Baos que da comunicación con la felig. de Piedrafila y el otro de los Molinos por donde se dirige á la de Montoedo. De S. á E. pasa el r. ó riach. denominado del Batan, que divide á Boazo de Poboeiros y comunica por medio de otro puente de madera: esle r., si bien es perenne, llegado el verano apenas sirve mas que para regar escasamente algunos prados. Los CAMINOS son vecinales y mal cuidados, y el СОRRЕО se recibe en la v. de Castro 2 veces á la semana. PROD.: ceuteno , trigo, patatas, cebada, castañas, lino y algunas frutas; cria ganado vacuno, de cerda, lanar, cabrio y caballar; hay caza mayor y menor y se pescan truchas. IND.: á mas de la agrícola hay varios telares de lienzos y sargas ordinarias que se consumen en el pais, 2 ruedas de molino continuas y otras 2 de invierno. Estos naturales en su mayor número, se dedican al СОМЕRCIO de paños en los pueblos de Castilla á donde se ocupan otros haciendo sogas: hay sin embargo 2 tiendas de paños ordinarios y una de curtidos; se surten de los art. de primera necesidad en las ferias del Castro, Monterramo y Maceda, adonde llevan el sobrante de sus cosechas y buenos jamones, POBL.: 42 vec., 250 alm. CONTR cou su ayunl. (V.)"
in Diccionario geográfico-estadístico-historico de España y sus posesiones de ultramar, Volume 4, pág. 364
P. y Sagasti Madoz (Madrid, A.) Establecimiento tipográfico de P. Madoz y L. Sagasti, 1846
https://play.google.com/books/reader?id=jdrbfrJvXAIC&hl=pt_PT&pg=GBS.PA364
Lubrigos, na Corunha [II]
"Os lubrigantes
Algún día día con máis tempo exporemos en Arqueoneixon o catálogo das vinte mellores sinálecticas de temática arqueolóxica no NW da Península Ibérica. Os turistas teñen que tolear; mentres nun castro lle din que os celtas en Galicia non existiron, noutro afirman taxativamente que esta xente era celta sen remisión e así sucesivamente. Así e todo, o récord polo momento, lévao o parador de Santo Estevo de Ribas de Sil. Xa sabedes, Paradores de España, rapazas vestidas de gallegas no comedor, toda a información na lingua do Reino, esa decadencia dun modelo turístico dos anos 1960... No contorno, un espazo bucólico amósase ao visitante, coa casa do Forno en ruínas e estruturas anexas. Alí topamos cunha suposta estrutura circular de pedra chantada sobre medio metro de terra orgánica, e con algún sillar reutilizado orixinariamente pertencente ao mosteiro. Ao carón, un cartel recolle a seguinte información:
Algún día día con máis tempo exporemos en Arqueoneixon o catálogo das vinte mellores sinálecticas de temática arqueolóxica no NW da Península Ibérica. Os turistas teñen que tolear; mentres nun castro lle din que os celtas en Galicia non existiron, noutro afirman taxativamente que esta xente era celta sen remisión e así sucesivamente. Así e todo, o récord polo momento, lévao o parador de Santo Estevo de Ribas de Sil. Xa sabedes, Paradores de España, rapazas vestidas de gallegas no comedor, toda a información na lingua do Reino, esa decadencia dun modelo turístico dos anos 1960... No contorno, un espazo bucólico amósase ao visitante, coa casa do Forno en ruínas e estruturas anexas. Alí topamos cunha suposta estrutura circular de pedra chantada sobre medio metro de terra orgánica, e con algún sillar reutilizado orixinariamente pertencente ao mosteiro. Ao carón, un cartel recolle a seguinte información:
Hoy en día se conservan vestigios de Castros Celtas en las cercanías, en estas dos colinas próximas, este en el que nos encontramos y otro en la Colina más alta situada al Oeste, denominado Penedos do Castro, supuesto antiguo Castillo del Rey Visigodo Leovigildo, cuya inscripción Leovigil dux se puee leer todavía sobre una roca.
Los Celtas, Pueblos procedentes del Norte de Europa, poblaron Galicia en el año 700 a. C. y fueron conquistados por los romanos en el año 60 a. C. Existen muchos vestigios de sus fortificaciones (castros), lo que muestra que era un pueblo muy desarrollado. La raza Celta que vivía en Galicia se denominaba Brigante.
Resulta doado pensar como se chegou a este discurso. Un fenómeno preme o botón dun ordenador e copia o primeiro que apareza en google, xa sexa un paragrafo de Saralegui e Medina, de Murguia ou da secta de seguidores de Hercolubus, el planeta rojo. O gracioso do tema é que é unha constatación clara da hipótese que plantexamos para os castros de Neixón, ubicados ao carón dos Lubrigos. Polo tanto, os Lubrigantes eran os antigos habitantes de Neixón, os verdadeiros habitantes dos castros marítimos."
PUBLICADO POR EL AYÁN O 30.11.09
http://neixon.blogspot.com/2009/11/os-lubrigantes.html [17.abr.2020]
Lubrigos, na Corunha [I]
"Un boirense deseña un buque para poder limpar os fondos mariños.
A Universidade dá Coruña traballa neste proxecto promovido por unha empresa e subvencionado pola Xunta.
O oficio de patrón de pesca levou ao boirense Vicente Rebollido Oliveira a residir 36 anos no País Vasco e fai 25, cando se atopaba de vacacións na súa terra natal, un paseo pola praia de Lubrigos abriulle os ollos. A enorme acumulación de sargazo e a elevada mortaldade de marisco que observou no areal empuxáronlle a embarcarse nunha nova marea, a de patentar un invento, un buque co equipamento necesario para limpar fondos mariños, estuarios, portos e canles de navegación. Púxose ao choio e a súa idea espertou o interese da universidade, a Xunta de Galicia e unha empresa privada. Desde fai meses, trabállase no desenvolvemento do deseño.
Antonte, na casa consistorial de Boiro déronse a coñecer a maqueta e os primeiros planos que se elaboraron da embarcación. Vicente Rebollido está na actualidade xubilado, pero se acorda como o primeiro día de todas as portas ás que tivo que chamar e de todos os apoios técnicos que solicitou para que o seu invento chegase a bo porto. «Gustaríame ver ou buque en marcha e que se puideran sanear todas as rías galegas», afirma convencido.
O mariñeiro boirense logrou espertar o interese da empresa Nodosa, con sede en Bueu, que solicitou unha subvención en materia de investigación e desenvolvemento á Consellería de Innovación e Industria. Concedéronlle case 200.000 euros, e a partir de aí a firma contactou coa Universidade dá Coruña para que analizasen a viabilidade do buque e fixesen o deseño do mesmo.
O doutor en Enxeñería Naval Primitivo González, que coordina o grupo de investigación en innovacións mariñas da universidade herculina, conta que levan desde outubro pasado inmersos no proxecto, que ten unha duración de tres anos.
Ata que non o finalicen non se poderán concretar con exactitude todos os detalles técnicos e económicos, pero ás toas barallan a posibilidade de que, en función do tamaño no que se constrúa, podería custar entre tres e seis millóns de euros.
Fonte: La Voz de Galicia."
ACLUNAGA, Asociación Cluster del Naval Gallego.
Aviso Legal | Accesibilidade Web
Suxestións | webmaster@ptgn.net
in http://www.ptgn.net/?q=node/153 [15.abr.2020]
Subscrever:
Mensagens (Atom)