TERRAS DE PENAGOYÃ:

Apesar de nos tempos de hoje não ser uma realidade correspondente ao que era no passado, defendo a sua promoção e estudo. Porque a nossa história deve ser estudada, preservada e publicitada.
SE NÃO DEFENDERMOS O QUE É NOSSO, QUEM É QUE O DEFENDE?
"

Por Monteiro de Queiroz, 2018

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Peso da Régua

A História - Peso da Régua

A origem da fundação da Régua remonta à época romana. Aqui, os romanos terão instalado na um presidium, tornando, em virtude disso, o território comunicável com outras terras.

Contudo, alguns escritores supõem que a fundação de Peso da Régua data do reinado de D. Sancho I, entre 1202 e 1207, altura em que terá começada a povoação de  alguns lugares do concelho limítrofe de Santa Marta de Penaguião .

Em 1093, o conde D. Henrique e sua mulher D. Teresa escolheram para bispo do Porto, D. Hugo, a quem fizeram por doação, os dízimos das terras da Régua. Em 1135, os bispos do Porto fizeram deste território couto para a jurisdição civil, a qual foi confirmada por D. Pedro I ao bispo D. Afonso Peres Pinto. Em 1492 foi criado a arcediago da Régua, com metade dos dízimos.

Em 26 de Dezembro de 1513, el-rei D. Manuel atribuiu foral à Peso da Régua. Contudo, este não terá sido o primeiro foral atribuído às terras reguenses. Alguns historiadores consideram a possibilidade de o primeiro ter sido atribuído por D. Afonso Henriques, enquanto outros apresentam a possibilidade de D. Hugo ter integrado o território correspondente à Régua num foral concedido a Santa Marta de Penaguião.

As primeiras referências à Régua como vila datam de 1687, transcritas de um atribuído por D. Pedro II, para a realização de uma feira: "El-rei Faço saber que havendo respeito ao que por sua petição me representarão os Moradores da villa do Peso da Régua, e os do Concelho de Penaguião para effeito de lhes conceder licença para na dita Villa do Peso...."

A etimologia do nome de Peso da Régua não é consensual. Segundo alguns historiadores, Régua deriva de reguengo - designação de terras enquanto património dos reis. Pelo que se depreende de alguns forais, as terras de S. Faustino da Régua foram, ou fizeram parte, de um reguengo, habitadas por reguengueiros ou colonos. Outros historiadores consideram a possibilidade de o nome derivar de récua, em virtude das récuas ou ajuntamentos de cavalgaduras que os almocreves reuniam no cais, em virtude da passagem do rio Douro demorar muito tempo.

Sob o ponto de vista fonético, a primeira hipótese será pouco provável.  A segunda, apesar de aceitável, poderá não ser exata no que concerne à explicação encontrada na documentação disponível para análise.

Considerando estas hipóteses inconclusivas, a investigação histórica aponta uma terceira explicação: Régua poderá derivar de regra - termo que significava manter direito, disposição de lei. Direito esse herdado de ascendentes ou conferido a descendentes por foral.

Em conformidade com este pressuposto está a doação feita pelo conde D. Henrique a D. Hugo. Da mesma forma, poder-se-á ainda considerar a doação feita por D. Afonso Henriques ao aio D. Egas Moniz no foral de Godim, cuja área contemplada integrava Peso da Régua. O primeiro fato refere-se à confirmação de um direito por sucessão (D. Hugo) e o segundo a um direito dado a alguém que o soube merecer (D. Egas Moniz).

A descrição feita nos Anais da Vila e Concelho do Peso da Régua relativa ao concelho de Godim levam a concluir que a Régua se localizava entre Godim e a Firvida, o que permite deduzir que a Régua se regia por si, sendo, por isso, possível  uma administração com regras próprias. Mais um contributo para a validação da terceira hipótese de explicação da etimologia do termo.

Fonologicamente, a derivação do termo regra aproxima-se mais da designação atual de Régua, do que os termos reguengo ou récua.

Contudo, não existe documento que assegure qual das três hipóteses consideradas é a verdadeira. 

O nome Peso deriva do lugar onde era efetuado o peso dos géneros e se cobravam os direitos impostos a várias mercadorias. A esta parte da cidade se referiu D. Sancho I no foral passado a Godim. O documento data de 1210 da era de Cristo.

Peso da Régua foi elevada a concelho em 1836.

A história do território e das suas gentes fica marcada pela instituição na vila da Companhia Geral das Vinhas do Alto Douro, pelo Marquês de Pombal em 1756.

Tendo mandado delimitar as vinhas do Vale do Douro com marcos de granito – Marcos de Feitoria – determinando assim as áreas de produção dos melhores vinhos, Portugal criou no Douro a primeira região demarcada e regulamentada do mundo. A partir daí, em virtude da sua localização geográfica, Peso da Régua tornou-se no centro nevrálgico da Região.

Em 1837, foi anexada à vila de Peso da Régua o concelho de Godim, com as freguesias de Godim, Loureiro, Fontelas, Moura Morta e Sedielos. A 31 de Dezembro de 1859 foram-lhe adicionadas, pela extinção do concelho de Canelas, as freguesias de Poiares, Covelinhas, Vilarinho de Freires e Galafura.

A 11 de Dezembro de 1933 foi criada a freguesia de Vinhós, desanexada da freguesia de Sedielos. Com esta desanexação, o concelho de Peso da Régua totalizou onze freguesias. Com a integração de Canelas, em 1976, o concelho completou o número atual de freguesias – doze. São elas: Canelas, Covelinhas, Fontelas, Galafura, Godim, Loureiro, Moura Morta, Peso da Régua, Poiares, Sedielos, Vilarinho de Freires e Vinhós.

Peso da Régua foi elevada à categoria de cidade a 14 de Agosto de 1985.  Em 1988 foi reconhecida pelo Office Internacional de la Vigne et du Vin como Cidade Internacional da Vinha e do Vinho.

in http://www.cm-pesoregua.pt/index.php/turismo/historia, [em 14dez2017]

S. Gonçalo de Amarante

S. Gonçalo de Amarante


Fornelos - Capela de S. Gonçalo de Amarante [1]

«Edifício de planta rectangular, rebocado a branco com rodapé pintado a bege. A frontaria, abrigada pelas duas águas do pequeno alpendre de madeira, evidencia a data de 1699 sobre a porta de entrada. Esta é ladeada por dois óculos quadrilobados e gradeados e possui, ao lado direito, uma cruz pintada de verde com a imagem de Cristo crucificado em tom marfim, a denunciar obra simplista e posterior à data da construção. O alpendre é suportado por duas singelas colunas assentes sobre plintos simples e a iluminação natural do interior é ajudada por um diminuto postigo de moldura de cantaria com voamento, recortado no alçado esquerdo. No topo da fachada posterior, uma cruz de granito com base triangular pontifica as duas águas do telhado.
O interior da capela exibe um altar tríptico de talha nacional, policromo de verde, vermelho, castanho e amarelo, no qual as colunas revestidas de folhas de vide e cachos onde debicam pássaros, se misturam com variada folhagem e ornamentos florais. O altar não pertence originalmente á capela e foi aqui inserido, mesmo não a clamar por urgente restauro, tal como a mesa de altar e os gavetões laterais.
Da iconografia presente, destacam-se dois anjos tocheiros e as imagens setecentistas de madeira policroma de São Gonçalo, de Santa António e de Nossa Senhora do Rosário.» [2]


Lobrigos, (S João Baptista) - Capela de São Gonçalo

«Esta capela ergue-se num adro elevado, cingido por muro, ao qual se ascende por uma escada de seis degraus.
Trata-se de um edifício do século XIX, de planta rectangular, que exibe esmeradas cantarias no rodapé da frontaria, molduras de portas e janelas, cunhais e cornija.
Na fachada principal aprecia-se a entrada com moldura relevada, de arco abatido e pequenos ornatos laterais e fecho central proeminente. Sobre a porta repousa a moldura exuberante de folhagem e volutas de um janelão gradeado. Esta abertura, sub- rectangular, com um pequeno frontão de arco abatido é sobrepujada por uma sineira enquadrada por uma armação de ferro forjado. A frontaria remata com cornija contracurvada, em jeito de falso frontão, ladeada por plintos com fogaréus. O motivo central deste remate faz-se comum plinto ornado de volutas e cruz florenciada a que, ‘algo injustamente, justapuseram uma cruz branca luminosa. As duas janelas laterais da frontaria possuem igualmente boas cantarias e estão gradeadas.
A sacristia, mais recente, é adossada à fachada posterior, essa mesma cujos ângulos estão pontuados de plintos com pináculos globulares a ladearem uma cruz lanceolada, assente em plinto, colocada no topo das duas águas da cobertura.
O interior possui um altar-mor de madeira, em tom de marfim e dourado, de gosto eclético, onde são visíveis aspectos da gramática decorativa da renascença e do barroco. Na Fachada oposta desenvolve-se o coro-alto concebido em cimento, com varandim forçado.
Nesta capela algumas imagens merecem especial destaque. Referindo-nos a um São Gonçalo, e uma Nossa Senhora da Graça que podem ser atribuídos ao séc. XVIII, e a um São Bento e um Santo Agostinho que presumimos serem da centúria anterior: séc. XVII.» [3]


CidadelheFestividade: São Gonçalo (variável em Junho) [4]; Capela de São Gonçalo [5]

«Arquitectura religiosa, vernácula. Capela seiscentista ou setecentista, de planta longitudinal simples, interiormente iluminada pelos óculos axiais e com tecto de estuque. Fachadas rebocadas e pintadas a principal terminada em empena truncada por sineira, e rasgada por portal de verga recta entre óculos. Fachadas laterais cegas e a posterior terminada em empena. No interior conserva retábulo maneirista, tipo edícul, de talha dourada e policroma.
Descrição
Planta longitudinal, rectangular, de corpo único, coberto por telhado de duas águas. Fachadas rebocadas e pintadas de branco com cunhais e faixa em cimento encarapinhado, pintada de cinzento, e terminadas em cornija de betão sobreposta por beirada simples. Fachada principal orientada a O., terminada em empena truncada por sineira de uma ventana encimada por cruz latina. Portal de verga recta, moldurada, ladeada por dois óculos circulares com moldura em granito polido e grade formando roseta. Sobre o portal existe lápide rectangular inscrita. Fachadas laterais cegas, tal como a posterior, que termina em empena, coroada por cruz latina. INTERIOR de espaço único, com pavimento de azulejo castanho de padrão geométrico, paredes rebocadas e pintadas de branco, com silhar de azulejo azul e branco de padrão geométrico e tecto de masseira, de estuque com as molduras definidoras dos panos em carapinha. Sobre o supedâneo dispõe-se mesa de betão pintada de branco, com o retábulo-mor, de talha dourada e policroma, de planta recta e três panos definidos por quatro colunas torsas, decoradas por pâmpanos e aves, sobre mísulas e de capitéis coríntios; ao centro possui nicho em arcod e volta perfeita, com boca rendilhada e interiormente pintado, albergando imaginária; nos eixos laterais tem painéis pintados de azul e uma flor verde; sobre o entablamento, desenvolve-se o ático, em tabela rectangular, pintada de azul com losango, delimitada por quarteirões, e terminada em cornija e elementos fitomórficos vazados; flanqueiam a tabela motivos vegetalistas volutados e, sobre o alinhamento das colunas, pináculos fitomórficos; banco com apainelado de acantos.
Acessos
EM 1328, entre Cidadelhe e o Bairro Novo, situando-se a capela ao lado da estrada. VWGS84 (graus decimais) lat.: 41,176863; long.: -7,844905
Protecção
Incluído no Alto Douro Vinhateiro - Região Demarcada do Douro (v. PT011701040033)
Grau
3
Enquadramento
Rural, isolado, ao lado da estrada e sem separador da mesma, mas inserida num adro, lateral e posteriormente delimitado por muro e paviementado a paralelos de granito. Insere-se na Portela entre a Região demarcada do Douro e o Marão. Na proximidade fica o campo de futebol e o Castro de Cidadelhe.
Descrição Complementar
No interior encontra-se um grande conjunto de Ex-Votos de cera suspensos em ambas as paredes laterais.
Utilização Inicial
Religiosa: capela
Utilização Actual
Religiosa: capela com culto ocasional em missas de encomenda ou na festa anual
Propriedade
Privada: Igreja Católica
Época Construção
Séc. 17 / 18
Cronologia
1758, 20 Abril - referência à capela pelo abade Manuel da Costa Guimarães, nas Memórias Paroquiais da freguesia, como se erguendo fora do lugar e a N. do mesmo, a onde ocorria romaria no dia do orago e no dia de São Tiago; 1790 - reformada por Manoel Guedes, conforme inscrição na fachada; séc. 20 - colocação do silhar de azulejos.
Características Particulares
A remodelação realizada nos anos 80 conferem-lhe forte contraste entre as soluções e os materiais utilizados e os elementos mais antigos da capela, como a inscrição da fachada datada de 1790 e o altar de talha dourada e policroma; este possui estrutura maneirista com colunas pseudosalomónicas mas a cartela é rococó.
Dados Técnicos
Sistema estrutural de paredes portantes.
Materiais
Estrutura de granito, rebocada e pintada; cunhais e faixa em cimento encarapinhado; porta de madeira; grades de ferro; molduras dos vãos e supedâneo em granito; molduras dos óculos em granito polido; pavimento e silhar de azulejos; tecto de estuque; retábulo de talha; cobertura de telha de meia-cana.
Bibliografia
AZEVEDO, Correia de, Património Artístico da Região Duriense, Vila do Conde, 1972, p. 22; CAPELA, José Viriato, BORRALHEIRO, Rogério, MATOS, Henrique, As Freguesias do Distrito de Vila Real nas Memórias Paroquiais de 1758. Memórias, História e Património, Braga, 2006.
Intervenção Realizada
Comissão fabriqueira: 1985, cerca - remodelação total da capela que lhe conferiu o aspecto actual.
Fonte
S.I.P.A. por Ricardo Teixeira» [5]


Fornelos - Rua de São Gonçalo [6] 

5030-227 FORNELOS SMP
Fornelos, Santa Marta de Penaguião, Vila Real



[1] https://pt.wikipedia.org/wiki/Fornelos_(Santa_Marta_de_Penaguião), [em 14dez2017]
[2] http://www.cm-smpenaguiao.pt/visitar/capela-de-sao-goncalo-fornelos, [em 14dez2017]
[3] http://www.cm-smpenaguiao.pt/visitar/capela-de-sao-goncalo-sao-joao-de-lobrigos, [em 14dez2017]
[4] http://www.mesaofrio.com.pt/index.php/apresentacao/cidadelhe.html, [em 14dez2017]
[5] http://www.mesaofrio.com.pt/index.php/cidadelhe/capela-de-sao-goncalo.html, [em 14dez2017]
[6] https://www.codigo-postal.pt/santa-marta-de-penaguiao/fornelos/2.html, [em 15dez2017]