TERRAS DE PENAGOYÃ:

Apesar de nos tempos de hoje não ser uma realidade correspondente ao que era no passado, defendo a sua promoção e estudo. Porque a nossa história deve ser estudada, preservada e publicitada.
SE NÃO DEFENDERMOS O QUE É NOSSO, QUEM É QUE O DEFENDE?
"

Por Monteiro de Queiroz, 2018

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Santa Marta (séc. I)

Santa Marta (séc. I)

Marta, Maria e Lázaro eram irmãos e muito amigos de Jesus. O Mestre freqüentemente os visitava em Betânia, e demonstra uma profunda amizade e intimidade com a família. Marta era uma mulher forte, responsável pela casa e os Evangelhos nos relatam duas importantes contribuições dela para as nossas próprias vidas.
Uma ocasião, Jesus chegou para visitá-los e Maria abandonou o serviço da casa para sentar-se aos pés do Senhor e com Ele conversar. Marta, atarefada com os afazeres domésticos, repreende a irmã e pede a Jesus que a mande ajudá-la. Jesus, porém, responde que não tirará Maria do que estava fazendo, pois ela havia escolhido a melhor parte e, Marta andava tão atrapalhada com o serviço que esquecia de conversar com o Senhor. (Lc 10, 38-42)
A outra passagem nos relata a ressurreição de Lázaro. Quando soube que Jesus estava chegando à Betânia, Marta correu ao seu encontro, enquanto Maria ficou em casa chorando. E é ela quem vai pedir: "Senhor, se estivésseis aqui meu irmão não teria morrido. Mas, agora sei que tudo o que pedires a Deus ele te concederá." (Jo 11, 21-22). E, na continuação da conversa com Jesus, termina por proclamar: "Eu acredito que tu és o Messias, o Filho de Deus que devia vir a este mundo." (Jo 11, 27). Podemos, assim, ver nesta mulher, a força da fé encarnada, que, misturando contemplação e ação, sabe reconhecer o seu Senhor e deixá-lo atuar com plenitude em sua vida.

A devoção à Santa Marta surgiu na França, na época das Cruzadas. Segundo uma lenda, Marta, Maria e Lázaro teriam morrido em território francês. Ela também é hoje considerada padroeira das cozinheiras.

in http://amaivos.uol.com.br/amaivos2015/?pg=noticias&cod_noticia=194&cod_canal=8&nome=Santo%20do%20Dia [em 26out2017]

Lenda de Santa Marta de Penaguião

Lenda de Santa Marta de Penaguião

APL 3688
Diziam os mais antigos que as origens de Santa Marta de Penaguião estão ligadas aos irmãos D. Rausendo e D. Tedo, dois heróis muito famosos nas terras do Douro, onde combateram os mouros expulsando-os da região. 
    Conta a lenda que os mouros, quando invadiram estas terras, construíram uma fortaleza num morro próximo da vila, onde já só há ruínas. Aí dificilmente alguém se atreveria a combatê-los. Só com muita coragem. 
    E coragem era o que não faltava a D. Rausendo e D. Tedo. Por isso, o povo, cansado do domínio dos mouros e dos seus tributos, um dia pediu-lhes ajuda. E os dois irmãos não hesitaram em responder ao apelo. 
    Em segredo, juntaram numa noite de lua cheia os mais audazes da povoação, e colocaram-nos num local estratégico a meio da encosta. E os dois irmãos, com uma bandeira nas mãos, disseram: 
    - Esta bandeira será o vosso guião! Quando a virdes colocada na penha, avançai que a entrada estará livre. E Santa Marta, vossa padroeira, há-de acompanhar-nos! 
    Os dois escalaram então o castelo, e surpreenderam os mouros que estavam de sentinela, matando-os sem que tivessem podido dar o alarme. E de seguida, enquanto um dos irmãos abriu as portas do castelo, o outro foi ao alto da penha e colocou a bandeira bem à vista. 
    Nisto, no esconderijo da ladeira, um dos moradores logo deu o alerta aos companheiros: 
    — Vejam! Na penha... o guião! 
    Foi o bastante para que todos irrompessem pela encosta, entrando no castelo, onde, pela surpresa e com o auxilio de D. Rausendo e D. Tedo, venceram os mouros, expulsando os que escaparam com vida. 
    E àquele grito de alerta — “na penha... o guião! — se deve o nome que, primeiro, foi “Penha-guião” e, depois, se simplificou em Penaguião. E porque a bandeira os guiou e Santa Marta os acompanhou, depressa a vila ficou com o nome de Santa Marta de Penaguião.

Fonte Biblio PARAFITA, Alexandre A Mitologia dos Mouros: Lendas, Mitos, Serpentes, Tesouros Vila Nova de Gaia, Gailivro, 2006 , p.320-321

Ano 2002

Place of collection Lobrigos (São João Baptista), SANTA MARTA DE PENAGUIÃO, VILA REAL

in http://www.lendarium.org/narrative/lenda-de-santa-marta-de-penaguiao/?tag=576 [em 26out2017]

Prefácio

«Prefácio»

«Não é preciso demonstrar a ninguém que uma obra do género desta - Dicionário geral de uma língua - nunca pode ser totalmente criação daquele ou daqueles que nela assumem a responsabilidade de autoria. Mesmo que nunca se tenha pensado no facto, depressa se dá conta de que não há ninguém suficientemente enciclopédico que possa, ao elaborar um destes dicionários, deixar de recorrer a trabalho alheio.»

in DICIONÁRIO DE PORTUGUÊS, 3ª EDIÇÃO, PREFÁCIO, PORTO EDITORA

Reguengos, Coutos e Honras

#1
Reguengo

Reguengo ou realengo (do latim tardio regalengu) era a qualificação jurisdicional que possuíam os lugares dependentes diretamente da autoridade do rei, ou seja, terras cujo senhor era o próprio rei. É uma figura típica do Antigo Regime em Portugal e Espanha. Situações semelhantes ocorrem em toda Europa Ocidental. As terras sob o regime do reguengo era chamadas terras reguengueiras.
Todos eles, na década de 1760, foram a apreciados pela Junta das Confirmações Gerais.
A extinção dos reguengos deve-se sobretudo às leis de Mouzinho da Silveira em 1834. Os reguengos pertenciam ao rei e para seu usufruto era necessário pagar-lhe direitos e foros. Eram obtidos por presúria, leia-se a ocupação de um território deixado vago pela expulsão dos muçulmanos, e com o tempo viram-se reduzidos devidos a grandes doações ao clero e à nobreza.

in Wikipédia, a enciclopédia livre, https://pt.wikipedia.org/wiki/Reguengo, [Consulta em 26out2017]

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#2
Reguengo, re·guen·go

adjectivo
1. Realengo, pertencente ao património do rei. = REAL
2. Diz-se de uma casta de maçã ácida e redonda.

substantivo masculino
3. Terra que (por conquista ou por confiscação) era incorporada no património real.
4. Foros, direitos que em qualquer localidade pertenciam à Coroa.

in Dicionário Priberam da Língua Portuguesa [em linha], 2008-2013, https://www.priberam.pt/dlpo/reguengo [consultado em 26out2017]

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#3
Reguengo, re.guen.go

adjetivo
1. próprio de rei, real
2. pertencente ao património real

nome masculino
1. terra do património real arrendada com a obrigatoriedade de certos tributos em géneros
2. indivíduo que arrendava essas terras
 Do latim regāle-, «real» +-engo

in Infopedia, https://www.infopedia.pt/dicionarios/lingua-portuguesa/reguengo [consultado em 26out2017]

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#4
Couto

Couto (do latim cautum; cotum, coto, couto e coito) definia, no século IX, um lugar imune. O termo também era utilizado como ordenação, multa, apreensão de bens, protecção, limite e marco.

As doações de couto, frequentes entre os séculos IX e XIII, como expressão senhorial, implicavam o privilégio da proibição de entrada de funcionários régios (juízes, meirinhos, mordomos etc.) na terra coutada. Definia-se oficialmente, no reinado de D. Dinis, o acto de coutar uma terra como escusar os seus moradores da hoste e do fossado, do foro e de toda a peita, ou seja, imunidade perante os impostos e justiça reais. As cartas de couto podiam ser concedidas pelo Rei (como recompensa de serviços ou por necessidade de povoamento) a nobres ou eclesiásticos e pelos senhores da terra ou pela Igreja, dentro dos seus domínios.

Desde o início do século XIII, são tomadas medidas de repressão dos abusos que existiam nos coutos. A legislação do século XV reduziu-os, praticamente, aos coutos dos homiziados, ao lado das coutadas, que continuaram como último vestígio dos privilégios senhoriais.

Os coutos de homiziados constituíam-se em terras a que poderiam acolher-se, libertando-se das penas em que tivessem incorrido, quaisquer criminosos, salvo os incriminados por aleive (traição).

Uma lei de 1433 excluía do direito de asilo nos coutos os crimes de traição, heresia, sodomia, homicídio e furto público. Note-se que as Ordenações Manuelinas excluíram dos coutos os moedeiros falsos, os falsários de escrituras e os que atacassem os oficiais da justiça.

Com as conquistas ultramarinas, as praças de Marrocos, a costa de África e o Brasil converteram-se em autênticos coutos de homiziados, sujeitos à legislação da Metrópole.

Todos os coutos foram extintos por lei de 1692, embora só acabando definitivamente em 1790.


in Wikipédia, a enciclopédia livre, https://pt.wikipedia.org/wiki/Couto, [Consulta em 26out2017]

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#5
Couto | s. m.
1ª pess. sing. pres. ind. de coutar

cou·to
(latim cautum, -i, precaução)
substantivo masculino
1. Terra coutada, privilegiada, defesa.
2. [Figurado]  Asilo; refúgio.

cou·tar - Conjugar
verbo transitivo
1. Tornar defesa (uma propriedade) proibindo a entrada nela e dando-lhe certos privilégios; proibir; tolher.
2. [Antigo]  O mesmo que acoitar.

"couto", in Dicionário Priberam da Língua Portuguesa [em linha], 2008-2013, https://www.priberam.pt/dlpo/couto [consultado em 26out2017]

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#6
Couto
cou.toˈko(w)tu

nome masculino
1. terra coutada, defesa, privilegiada
2. terra que não pagava impostos por pertencer a um nobre
3. figurado refúgio; abrigo

Do latim cautu-, «acautelado; defendido», particípio passado de cavēre, «acautelar»

in Infopedia, https://www.infopedia.pt/dicionarios/lingua-portuguesa/couto [consultado em 26out2017]

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#7
Honra

Honra é, na divisão administrativa do Antigo Regime, a terra, ou circunscrição administrativa, que pertence a um Fidalgo.

in Wikipédia, a enciclopédia livre, https://pt.wikipedia.org/wiki/Honra_(circunscrição), [Consulta em 26out2017]

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#8
honra | hon·ra

(...)
12. [Antigo]  Terra com gozo de privilégio.

in Dicionário Priberam da Língua Portuguesa [em linha], 2008-2013, https://www.priberam.pt/dlpo/honra [consultado em 26out2017]

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#9
honra
hon.raˈõʀɐ

(...)
10. HISTÓRIA terra privilegiada e imune por pertencer a um nobre

in Infopedia, https://www.infopedia.pt/dicionarios/lingua-portuguesa/honra [consultado em 26out2017]

Peso da Régua - Godim

A história desta freguesia nasce pela reorganização administrativa decretada em 2013 pelo Governo Português, que resultou das fusão das duas maiores freguesias do Concelho do Peso da Régua.

História da Freguesia de Godim

Apenas o seu nome e a denominação de um ou outro dos seus pequenos lugares fazem lembrar a remota origem da sua propriedade e cultura, calculados principalmente pelas determinações contidas nos forais novos de Trás-os-Montes, mandados fazer por D.Manuel I. Um anfiteatro de pujantes parreiras com inicio na Cederma e fim no Vale. Godim talvez não seja o nome mais antigo que da freguesia se conhece. Consta provir de Gothini ou Godinho - qualquer trunfo godo que quis, ou de quem quiseram perpetuar o nome, aplicando-o a um torrão fertilíssimo e pitoresco. Foi ainda denominada de “Vale” ou “Nateiro dos Quatro Caminhos ”, o que comprova que desde pelo menos a época visigótica, se cruzavam vias importantes neste local. A denominação de Jugueiros derivou do facto de ter existido o “jugado” - Tributo que os “jugueiros” (lavradores que possuíam carros de bois) pagavam e que D. Afonso Henriques fez reverter a favor da coroa portuguesa. A origem etimológica de Ariz (um lugar da freguesia de Godim) será provavelmente Alarici ou Alarico, nome do rei dos visigodos. Mera, de mero, senhor que tinha um qualquer território a jurisdição civil e crime. Godim foi sede de concelho até 1836, o qual integrava as freguesias de Godim, Loureiro, Fontelas, Mouramorta, Sedielos e toda a área de actual freguesia de Peso da Régua. Teve o primeiro foral dado por D. Afonso III, em Maio de 1205, em Bostelo. Teve dois forais dados por D. Sancho I e Foral Novo concedido por D. Manuel I, Em Évora, a 15 de Dezembro de 1519. Tal como a Régua, fez parte do concelho de Penaguião. A sua jurisdição nos moinhos da Firvida, para cujas correições não lhe era permitido atravessar o Couto da Régua, extinguiu-se com o seu concelho em 1836. Em Fevereiro de 1837 passou a fazer parte do concelho de Peso da Régua. Á medida que se afasta do centro urbano, Godim vai acusando as marcas de ruralidade. Vale a pena admirar a Igreja Matriz, a casa da Quinta da Nogueiras (séc. XIX); a casa de Santa Maria (séc. XVIII); casa da Quinta das Casas Novas (séc. XVIII); e casa das Cerdeiras (séc. XIX). É, também, nesta freguesia que se encontra a maior parte das esculturas de ensino do concelho, várias instituições de solidariedade social e uma série de associações de promoção cultural. Ao falar de Godim, há nomes que se impõem como o de D. Antónia Adelaide Ferreira, conhecida carinhosamente por “Ferreirinha” ou “Ferreirinha-da-Regua” pelas gentes da sua terra. D. Antónia que nasceu no concelho de Godim no ano de 1810, viveu a sua infância na Casa de Travassos, vindo a falecer em 1896 na Casa das Nogueiras. Dois anos depois da sua morte, foi criada a Companhia Agrícola dos Vinhos do Porto, mais conhecida por “Casa Ferreirinha”. Seu avô Bernardo Ferreira, deixou três filhos, José, o mais velho, o António, e o mais novo, o Francisco. José Bernardo Ferreira, de grande bondade e respeito, foi o pai de D. Antónia Adelaide Ferreira, que seria mais tarde a grande administradora da maior casa agrícola do Douro. António Bernardo Ferreira era o mais inteligente e de espírito mais comerciante. Quando ainda só se falava de um possível confronto das lutas liberais, meteu-se num barco rabelo e foi até Vila Nova de Gaia, onde vendeu os armazéns com todo o vinho por preço inferior ao praticado na altura. Quem não gostou deste negócio foi o irmão mais velho, porque os bens também eram dele e não fora consultado para o efeito. Mas com o produto da venda compraram todo o vinho existente no Douro, transportando-o de seguida em carros de bois e récuas para a Figueira da Foz. Entretanto, rebentou a guerra civil, tendo os armazéns de Vila Nova de Gaia sido saqueados e o vinho derramado para o rio Douro. Mas enquanto o norte sofria na carne a desgraça de uma guerra civil e a barra do douro estava bloqueada, estes senhores faziam as exportações de vinho generoso para Inglaterra pela barra da Figueira da Foz. Fizeram um excelente negócio e a família Ferreira ficou muito mais rica e poderosa. D. Antónia Adelaide Ferreira e António Bernardo Ferreira, primos em primeiro grau e filhos de José Ferreira e António Bernardo Ferreira respectivamente, uniram as suas vidas pelo matrimónio e tiveram dois filhos uma menina Maria d’ Assunção, mais tarde Condessa de Azambuja e um rapaz a quem deram o mesmo nome do avô e do pai. Mas só depois da morte do primeiro marido, é que o espírito empreendedor desta senhora se manifestou de forma admirável, fazendo grandes plantações no Douro e obras de benfeitoria, tornando-se numa figura de primeira grandeza. Tão importante que o Duque de Saldanha, então Presidente do Concelho, pretendeu que seu filho, o Conde de Saldanha, contrai-se matrimónio com a filha de tão distinta senhora. D. Antónia recusou o convite, embora se sentisse muito honrada, alegando para o efeito a tenra idade de sua filha, que só tinha onze anos e que também gostaria que fosse ela a escolher o seu esposo. O Duque, habituado a não ser contrariado, mandou os seus homens raptar a menina. Mãe e filha, quando souberam o que lhes pretendia fazer, fugiram vestidas de camponesas, ajudadas por amigos, para Espanha e depois para Londres, onde se refugiam. Depois da filha casada com o Conde de Azambuja, D. Antónia casou com Francisco José da Silva Torres, seu secretário. Com pouco mais de meio século de existência e no auge das suas Capacidade de administradora, comprou todo o vinho do Douro para dessa forma ajudar os agricultores na luta contra os baixos preços praticados por consequência duma crise de abundância. Com todo o vinho comprado e guardado nos seus armazéns, surgiu a “filoxera”, que destruiu quase a totalidade dos vinhedos, lançando os durienses na miséria. Mas com o poder negociável que se lhe reconhecia e com todo o vinho nos seus armazéns, pôde com facilidade negociar da melhor maneira com os ingleses, tornando a casa agrícola Ferreira muito mais rica. Depois da catástrofe praga da filoxera, mandou replantar as vinhas. Pagou a construção de quilómetros de estradas e de caminhos-de-ferro, tendo dado trabalho a mil operários e desta forma cobriu as suas vinte e três quintas com milhões de cepas. Em 1880, ficou novamente viúva, mas mesmo assim continuou com a sua obra benfeitora, ajudando a construir os hospitais de Peso da Régua, Vila Real, Moncorvo e Lamego. Mandou construir no Moledo um palácio para acolher o Rei D. Luiz, as termas, a piscina e um fabuloso parque. Ajudou a Misericórdia do Porto, ficando esta obrigada a socorrer qualquer familiar seu.

Origem da palavra Peso da Régua:

Peso - pesagem e pagamento de impostos das cargas que se destinavam ao cais da Régua.

Régua - local de ajuntamento de cavalgaduras ou récuas junto ao cais fluvial.

A história da freguesia e sua localização junto ao Rio Douro determinam fortemente a sua evolução demográfica estritamente ligada à produção vinícola e consequente comercialização dos vinhos de feitoria e Porto. - séc. XVIII - “pólo residencial com forte ascendente vitivinícola (…) os seus efeitos associavam-se á grande concentração de armazéns vitivinícolas e de outras actividades conexas como tanoarias” - “ Além disso, esta vila para além de receber a linha de comboio em 1878, beneficiou da extensão desta infra-estrutura, pois aí permaneceram os estaleiros enquanto a linha se estendia até ao Pinhão. Neste contexto, o Peso da Régua registou contínuos aumentos populacionais que ainda se avolumaram com o decorrer do tempo, proporcionando que enquanto em 1878 aqui residissem 2990 habitantes, em 1900 já fossem 3851” 5 080 habitantes (2001)

http://www.freg-reguagodim.pt/freguesia/hist%C3%B3ria.html [Consultado em 26out2017]

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União das Freguesias do Peso da Régua e Godim

Peso da Régua

O comércio e os serviços conheceram um grande desenvolvimento nas últimas décadas, mas a vinha e o vinho continuam a ser a imagem de marca da cidade. 

Na Régua, o turista pode ainda visitar o edifício da Casa do Douro, cuja construção data do segundo quartel do séc. XX, em granito polido e mármore, com vitrais da autoria do pintor Lino António, onde pode ver retratada a história da Região Demarcada do Douro.

A visita à Régua ficará completa com uma passagem pela Estação Ferroviária, onde o primeiro comboio chegou no dia 14 de Julho de 1879, de onde se parte para outros pontos da região, continuando a viagem de comboio ou de camioneta. 

Heráldica

Brasão: escudo de prata, dois cachos de uvas de púrpura, sustidos de verde e um cálice de vermelho, tudo bem ordenado; campanha diminuta ondada de azul e prata de três peças. Coroa mural de prata de três torres. Listel branco, com a legenda a negro: «FREGUESIA de PESO da RÉGUA».

Godim

Apenas o seu nome e a denominação de um ou outro dos seus pequenos lugares fazem lembrar a remota origem da sua propriedade e cultura, calculados principalmente pelas determinações contidas nos Forais Novos de Trás-os-Montes, mandados fazer por D. Manuel I. Um anfiteatro de punjantes parreiras com inicio na Cederma e fim no Vale.

Godim talvez não seja o nome mais antigo que da freguesia se conhece. Consta provir de Gothini ou Godinho – qualquer trunfo godo que quis, ou de quem quiseram perpetuar o nome, aplicando-o a um torrão fertilíssimo e pitoresco. Foi ainda denominada de “Vale” ou “Nateiro dos Quatro Caminhos”, o que comprova que desde pelo menos a época visigótica, se cruzavam vias importantes neste local.

A denominação Jugueiros derivou do facto de ter existido o “jugado” – tributo que os “jugueiros” (lavradores que possuíam carros de bois) pagavam e que D. Afonso Henriques fez reverter a favor da coroa portuguesa. A origem etimológica de Ariz (um lugar da freguesia de Godim) será provavelmente Alarici ou Alarico, nome do rei dos visigodos. Mera, de mero, senhor que tinha em qualquer território a jurisdição civil e crime.

Godim foi sede de concelho até 1836, o qual integrava as freguesias de Godim, Loureiro, Fontelas, Mouramorta, Sedielos e toda a área da actual freguesia do Peso da Régua. Teve o primeiro foral dado por D. Afonso III, em Maio de 1205, em Bostelo. Teve dois forais dados por D. Sancho I e Foral Novo concedido por D. Manuel I, em Évora, a 15 de Dezembro de 1519. Tal como a Régua, fez parte do concelho de Penaguião. A sua jurisdição nos moinhos da Firvida, para cujas correições não lhe era permitido atravessar o couto da Régua, extinguiu-se com o seu concelho em 1836. Em Fevereiro de 1837 passou a fazer parte do concelho do Peso da Régua.

À medida que se afasta do centro urbano, Godim vai acusando as marcas de ruralidade. Vale a pena admirar a Igreja Matriz, a casa da Quinta das Nogueiras (séc. XIX); a casa de Santa Maria (séc. XVIII); casa da Quinta das Casas Novas (séc. XVIII) e a casa das Cerdeiras (séc. XIX). É, também, nesta freguesia que se encontra a maior parte das estruturas de ensino do concelho, várias instituições de solidariedade social e uma série de associações de promoção cultural.

Heráldica

Brasão: escudo de negro, barco rabelo de ouro, mastreado e cordoado do mesmo, vestido de prata, carregado com sete pipas de ouro, realçadas de vermelho, vogante em campanha diminuta de três tiras ondasas de prata e azul; acantonados em chefe, dois cestos de prata com cachos de uvas de ouro, folhados de verde. Coroa mural de prata de quatro torres. Listel branco, com a legenda a negro: «GODIM».

http://www.cm-pesoregua.pt/index.php/concelho/uniao-das-freguesias-do-peso-da-regua-e-godim  [Consultado em 26out2017]

Peso da Régua

PESO DA REGUA.

História.

O facto de, na opinião de alguns historiadores, Peso da Régua ter sido habitada durante as invasões romanas e bárbaras, deu origem ao nome Vila Regula - casa romana de campo, soterrada em lugar da cidade. Outros, porém, defendem a hipótese de derivar de “récua”, devido aos ajuntamentos de récuas ou cavalgaduras que passavam o rio Douro. Uma terceira teoria, sustenta a derivação de “reguengo”, designação atribuída às terras dos reis.
Peso da Régua pode ainda ter origem no termo “regra”, aludindo ao direito que podia ser herdado de ascendentes ou conferido a descendentes através de um foral. Esta teoria baseia-se na doação de terras feita pelo Conde D. Henrique a D. Hugo, em 1093, que por sua vez as doou a D. Egas Moniz. Seria, portanto, esta “regra” a dar origem à palavra Régoa, mais tarde Régua. Em relação à proveniência do nome Peso existem duas correntes de opinião: a primeira defende a hipótese de derivar do lugar onde as mercadorias eram pesadas e cobrados os impostos; a segunda explica a probabilidade de o nome ter evoluído a partir de um lugar onde os animais de transporte eram alimentados ou pensados, o “Penso”.
Esta parte da actual cidade é antiquíssima. A ela se referiu o foral que D. Sancho I, que concedeu ao lugar de Godim, porque lhe deu a sua herdade do monte Argemundais com seus termos declarados, requerida em 1797 pelo Marquês de Abrantes, D. Pedro de Lencastre Almeida Sá e Meneses e passada na Torre do Tombo, do livro que serviu de registo na chancelaria de D. Afonso III.
A Régua é uma cidade moderna, que apenas conheceu a sua condição de concelho após a época pombalina, no ano de 1836. Toda a importância reconhecida se inicia por culpa e graça da criação, na Régoa, da Companhia Geral das Vinhas do Alto Douro, pelo Marquês de Pombal em 1756. Tendo mandado delimitar as vinhas do Vale do Douro com marcos de granito – Marcos de Feitoria – determinando assim as áreas de produção dos melhores vinhos, Portugal criava no Douro a primeira região demarcada e regulamentada do mundo. A partir daí, e por via do comércio e sua centralização local, a Régoa passou a ser o centro da Região, o local onde todos chegavam e de onde tudo partia.
“A marca funda que deixou na paisagem, na vida dos homens e no sistema de relações, mais do que a sua importância económica, para a região e para o país, fez do Port Wine um facto cultural, património da cultura portuguesa, um vinho universal. É que este vinho generoso, de características singulares, velho, doce e aromático, encerra séculos de experiência, de trabalhos, de saber e arte, de solidariedades e conflitos. Favorecido pela natureza, que reúne condições excepcionais nas encostas xistosas do vale do Douro, o vinho do Porto é, como todos os grandes vinhos, um produto dos homens. Dos durienses, claro, mas também dos negociantes do Porto, dos ingleses, das gentes pobres das terras frias de Trás-os-Montes e da Beira, dos carreiros minhotos, dos galegos… Aqui, na região demarcada de vinhos que é considerada a mais antiga do mundo (1756), no sentido contemporâneo de uma denominação de origem, a história das gentes e a história do vinhedo seguem, desde há séculos, caminhos paralelos.”
PEREIRA, Gaspar Martins; BARROS, Amândio Morais (2000). Memória do Rio. Para uma história da navegação no Douro. Edições Afrontamento. Porto
No dia 3 de Fevereiro de 1837, Peso da Régua foi elevada a vila, tendo-lhe sido anexado o concelho de Godim, com as freguesias de Godim, Loureiro, Fontelas, Moura Morta e Sedielos. A 31 de Dezembro de 1859 foram-lhe adicionadas, pela extinção do concelho de Canelas, as freguesias de Poiares, Covelinhas, Vilarinho de Freires e Galafura. A 11 de Dezembro de 1933 foi criada a freguesia de Vinhós, desanexada da freguesia de Sedielos. Com esta desanexação, o concelho de Peso da Régua integrava onze freguesias. Com a integração de Canelas, em 1976, o concelho completou o número actual de freguesias – doze.
Peso da Régua foi elevada à categoria de cidade a 14 de Agosto de 1985.Em 1988 foi reconhecida peloOffice Internacional de la Vigne et du Vin como Cidade Internacional da Vinha e do Vinho.

Peso da Régua

 
História, Cultura, Artesanato e Gastronomia ...


Rodeada de montes verdes repletos de vinha enfileirada, a Régua é, na história do Douro Vinhateiro, uma das mais importantes cidades ribeirinhas. Os seus pergaminhos contam feitos e obras dos primitivos anos da ocupação romana, mas o esplendor de hoje herdou-o da época dourada do negócio do Vinho do Porto.

O Marquês de Pombal transformou a pequena povoação ribeirinha do século XVII, num dos mais movimentados entrepostos comerciais, ao criar a Companhia Geral da Agricultura das Vinhas do Alto Douro em 1756 e consequentemente a Região Demarcada do Douro. O tráfego fluvial e a circulação ferroviária, iniciada anos depois, entre a Régua e os armazéns de Vila Nova de Gaia fixaram nobres e senhores, aventureiros e ingleses empolgados com a epopeia vinhateira.

As ruas e avenidas da Régua contam histórias de glórias e desgraças e no ar permanece a nostalgia do antigo corrupio do carregamento das pipas para os barcos rabelos. Lado a lado, há armazéns de várias épocas, cooperativas e firmas inglesas, depósitos de comerciantes portuenses, o edifício da Casa do Douro, o do Instituto do Vinho do Porto e as imponentes instalações da antiga Companhia pombalina.

Entretanto as barragens domaram o rio e as águas do Douro são agora rasgadas por barcos de cruzeiro e embarcações de recreio. O tráfego fluvial está mais intenso que nunca. Os turistas chegam à Régua de barco ou de comboio a vapor, uma das novidades turísticas mais procuradas, visitam as quintas emblemáticas, contemplam a paisagem com um cálice de vinho do Porto na mão e retemperam forças com um prato de cabrito assado acompanhado com os melhores vinhos de mesa do Douro.

Grupos de turistas sobem ao alto do miradouro de S. Leonardo da Galafura onde o panorama é indescritível ou procuram, nas ruas do concelho o artesanato genuíno, miniaturas de cestos vindimos, carros de bois e garrafas de vinho do Porto com rótulos de estanho. Outros preferem o repouso e as águas medicinais das termas de Caldas de Moledo, um instância termal inserida num parque aprazível na margem do rio, onde impera a tranquilidade, o sossego e o ar puro.

 
A visitar...

Capela do Cruzeiro

Capela das Sete Esquinas

Capela do Asilo

Igreja de São Vicente, matriz da Galafura (século XVII)

Estação Arqueológica do Alto da Fonte do Milho em Canelas do Douro (séculos I a IV d.c.)

Vitrais da Casa do Douro de Lino António

Edifício da Companhia Geral das Vinhas do Alto Douro

Armazém 43 da "Casa do Douro"

... sem esquecer uma viagem de barco Rio Douro acima ou uma inesquecível viagem no "Comboio Histórico"


Peso da Régua, também conhecida apenas por “Régua”, é uma cidade do Norte de Portugal, sede de concelho, situada em Trás-os-Montes, junto ao Rio Douro, conhecida por ser a capital da região demarcada que produz o célebre vinho do Porto.
Não existem certezas das origens da localidade, mas pensa-se aqui ter existido uma casa Romana denominada “Villa Reguela”. Mas somente em 1756 Peso da Régua viria a sofrer maiores desenvolvimentos, aquando a criação pelo Marquês de Pombal da Real Companhia Geral da Agricultura das Vinhas do Alto Douro, que instituiu a 1ª região demarcada de produção vitivinícola a nível mundial. Já em 1703, a região tinha sido privilegiada através do importante Tratado de Methuen, em prol da viticultura do Douro, tendo as plantações tomado um novo incremento. Constroem-se, então, em Peso da Régua os armazéns da Companhia, e elaboram-se as primeiras “feiras dos vinhos” que duravam oito dias e estiveram na criação de vários estabelecimentos comerciais, hospedarias, casas de jogo e tantas outras mais valias que desenvolveram a localidade. Era de Peso da Régua que partiam os típicos barcos rabelos, de madeira, que se aventuravam pelo rio Douro para transportar os barris de vinho até Vila Nova de Gaia, onde o vinho envelhecia nas caves.
As paisagens naturais da região são, pois, lindíssimas e especiais, estando o Alto Douro classificado pela UNESCO como Património da Humanidade, provendo panoramas espectaculares tanto observados do próprio Rio Douro, ou no alto, nos muitos miradouros da zona, destacando-se o de São Leonardo e o de Santo António do Loureiro. Do cais fluvial de Peso da Régua partem e chegam muitos dos famosos Cruzeiros que cruzam este bonito Rio Douro, possuindo igualmente várias infra-estruturas de lazer como uma área pedonal, campos de ténis, piscinas e equipamentos para pesca, lojas de artesanato, restaurantes e bares. A não perder o Museu do Douro, instalado na Casa da Companhia, demonstra a importância deste património através das várias exposições que organiza.
Da riqueza patrimonial do concelho destacam-se as muitas casas senhoriais, pequenos palacetes e grandes quintas rurais dos “senhores do vinho”, muitas delas abertas ao público, demonstrando a riqueza que esta produção trouxe à terra, mas também outros monumentos, como a Igreja Matriz de S. Faustino, construída no local onde outrora existiu a capela do Espírito Santo, a Capela do Senhor do Cruzeiro do século XVIII, a Igreja do Asilo Vasques Osório, as Capelas do Espírito Santo, a de Nossa Senhora do Desterro, a de São João ou a de Nossa Senhora da Boa Morte, entre tantos outros.

Fontes;Camara do Peso da Regua.
Wikipedia.
Turismo de Portugal.

http://ramadaoliveira.no.comunidades.net/peso-da-regua, 26.out.2017