TERRAS DE PENAGOYÃ:

Apesar de nos tempos de hoje não ser uma realidade correspondente ao que era no passado, defendo a sua promoção e estudo. Porque a nossa história deve ser estudada, preservada e publicitada.
SE NÃO DEFENDERMOS O QUE É NOSSO, QUEM É QUE O DEFENDE?
"

Por Monteiro de Queiroz, 2018

. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .

A propósito do «Dia das Bruxas», sim ou não?

A propósito do «Dia das Bruxas», sim ou não?
Esta foto, publicada nas redes sociais, fez incendiar as hostes dos prós e dos contras, tão ativas de resto neste espaço de guerra quotidianamente acesa por motivos díspares: por um lado, os “tradicionalistas” que defendem até à última letra do teclado as festas originais do seu burgo; por outro, os “modernistas”, abertos a tudo o que é festa e tradições exteriores.
E lá vamos nós com o Carmo e a Trindade a caírem abruptamente por todos os lados e a assistirmos a mais uma batalha terrível entre tropas extremadas.
As ditas educadoras da foto foram zurzidas com insinuações de beatice, de falta de brio profissional,  entre outros mimos. Defendeu-se com unhas e dentes que a festarola não é uma americanice, não senhor, e vieram a lume argumentos de peso cultural, que afinal é uma tradição celta de comemoração do fim do verão e que de celtas temos muitas costelas. Por isso, há que festejar.
Do lado oposto, que isto é tudo marketing, que não há quaisquer raízes a sustentar estas abóboras, estes chapéus pontiagudos e esta panóplia de maquilhagens artísticas, que o que é genuíno e nosso é o «pão por Deus», que nos transporta vertiginosamente para as aldeias da nossa bendita infância, povoada de gorduchas avós e doces filhós.
Por mim, desde que não se use o termo Halloween, porque estamos em Portugal, não tenho nada contra esta miscelânea de culturas que entrelaçam o sagrado e o profano de maneira lúdica e oferecem mais uma data de diversão e, quiçá, alienação. Que isto «a vida são dois dias e o Carnaval são três»!

Sobre a autora

Professora portuguesa, licenciada em Filologia Românica, pela Faculdade de Letras da Universidade de Lisboa, com tese de mestrado sobre Eugénio de Andrade, na Universidade de Toulouse; classificadora das provas de exame nacional de Português, no Ensino Secundário. Coordenadora executiva do Ciberdúvidas da Língua Portuguesa, destacada para o efeito pelo Ministério da Educação português, desde setembro de 2017.