TERRAS DE PENAGOYÃ:

Apesar de nos tempos de hoje não ser uma realidade correspondente ao que era no passado, defendo a sua promoção e estudo. Porque a nossa história deve ser estudada, preservada e publicitada.
SE NÃO DEFENDERMOS O QUE É NOSSO, QUEM É QUE O DEFENDE?
"

Por Monteiro de Queiroz, 2018

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Suevos

Suevos 

Origem: Wikipédia, a enciclopédia livre.

Os suevos (do proto-germânico *swēbaz, baseado na raiz proto-germânica *swe, "o próprio"; em latim: Suevi ou Suebi) foram um grupo de povos germanos, parte dos quais migraram à Hispânia durante as Invasões bárbaras, fundando um reino na antiga província romana da Galécia (actual norte de Portugal e Galiza) que duraria entre 409 e 585 d.C., data em que foi anexado pelos visigodos.

Os suevos eram originários da região entre os rios Elba e Oder, na atual Alemanha. O historiador romano Tácito chegou a referir-se a todos os germanos do além-Elba como "suevos".

Parte dos suevos constituíram uma ameaça periódica contra os romanos no Reno, até que, no final do império, os alamanos, incluindo elementos dos suevos, quebraram as defesas romanas e ocuparam a Alsácia, e desde lá a Baviera e a Suíça. Uma parte deles permaneceu na Suábia (uma área no sudoeste da atual Alemanha, cujo nome moderno deriva do nome antigo), enquanto os migrantes estabeleceram um reino na Galécia, reino este que veio a ser o "embrião" de Portugal e de suas fronteiras mais antigas.

Fundação do Reino Suevo na Galécia

Os suevos chegaram à Península Ibérica em 409, juntamente com outros invasores germânicos – vândalos, búrios e com os alanos (não-germânicos) e mais tarde os visigodos, numa migração desencadeada pela fuga à destruição causada pelos hunos entre os anos 372 e 375. Os suevos cruzaram os Pirenéus e fundaram um reino, com capital em Bracara Augusta, o qual, na sua máxima extensão, englobava a totalidade da província da Galécia e a parte norte da Lusitânia, até ao Tejo. O território mais a sul foi ocupado pelos visigodos. Os suevos instalaram-se principalmente em torno de cidades como Bracara Augusta (Braga), Portus Cale (Porto), Lucus Augusta (Lugo) e Asturica (Astorga).

Em 438 o rei suevo Hermerico ratificou a paz com os povos galaicos e, cansado por uma vida de lutas, já que comandava os suevos desde quando estes entraram na Península Ibérica, abdicou em favor de seu filho Réquila I.

Em 448 Réquila morreu, deixando um estado em expansão a seu filho Requiário que, sendo católico, impôs este credo à população sueva. A população urbana da Galécia era já predominantemente católica. A cidade de Braga como capital do reino suevo e sede episcopal ganhou grande importância, a qual ainda hoje é visível no carácter metropolita da sua Sé, primaz entre as dioceses do Noroeste peninsular.

Em 585 d.c, após a anexação ao Reino Visigótico, o Reino Suevo ainda existiu com um determinado grau de "autonomia". A sua população e seus nobres passaram a espalhar-se por diferentes partes da Lusitânia, isto deu-se em decorrência de diversos fatores, além de que houve também o surgimento de dioceses e habitações feitas por suevos não cristãos, os quais eram chamados de "pagus" e que estendiam-se por grande parte do actual território Português, desde Braga e viseu até Beja e Faro.

Os suevos e a cidade do Porto

Cerca do ano de 417, os alanos invadiram os territórios dos suevos, empurrando estes até à margem direita do rio Douro, onde hoje se situa a cidade do Porto. Os alanos não conseguiram, apesar de muitos esforços, conquistar a cidade, sendo posteriormente expulsos pelo povo suevo, com o apoio dos romanos. Hermerico, o rei suevo, estendeu os muros do castelo, que fundara no morro da Pena Ventosa (onde actualmente se ergue a Sé), edificando à sua volta casas para as tropas. A este burgo foi dado o nome de Cale Castrum Novum (castelo novo de Cale) adquirindo a denominação de civitas. Ao fundo desse morro existia o Portus Cale (porto de Cale, actual Ribeira), que deu origem ao nome Portucale, nome esse dado ao castelo novo, e que ficaria a designar a cidade a partir dos finais do século IV. O castelo antigo ficava do outro lado do rio Douro, no local de Vila Nova de Gaia, posto de defesa avançado de Cale.

Declínio e queda do reino suevo

Em 456 Requiário I morre e vários pretendentes aparecem, agrupados em duas facções. Nota-se uma divisão marcada pelo rio Minho, provavelmente um reflexo das duas tribos, quados e marcomanos, que constituíam a nação sueva na Península Ibérica.

Em 585 os visigodos destroçaram os suevos e capturaram seu rei, Andeca. O reino suevo foi anexado pelo Reino Visigótico, mas provavelmente subsistiu um certo grau de autonomia. Segundo as crónicas de Afonso III, enquanto Égica governava o reino dos godos Vitiza governava o reino dos suevos.

A herança dos suevos em Portugal

Para muitos estudiosos, o Reino Suevo foi "embrião" para o que hoje se conhece como Portugal. Esta afirmação baseia-se no facto de que o Condado Portucalense teria sido fundado a partir das antigas "periferias" Suevas, pois sabe-se que a sua população e seus nobres (ambos suevos) permaneceram no território após a chegada dos mouros à Península, enquanto que os nobres Visigóticos fugiram da morte para as Astúrias. Acredita-se então que os suevos foram muito provavelmente um dos primeiros povos na Península a sofrerem aculturação pela cultura Islâmica.

Segundo Armando de Almeida Fernandes, o "Provincial Visigótico" escrito no século XII, menciona a existência de diversos "Pagus", que seriam paroquias criadas por suevos não cristãos. São mencionadas dioceses e habitações em Braga, Porto, Lamego, Viseu, Coimbra e Egitânia, além de dioceses e habitações em Lisboa, Elbora, Beja e Faro.

Para muitos, o nível de contribuição dos suevos para a formação de Portugal assemelha-se ao nível de contribuição dos Hérulos e Lombardos para a formação da Itália, ou dos Burgúndios para a formação da Suíça.

Baseado nas informações contidas no "Provincial Visigótico", acredita-se que durante a fundação do Condado Portucalense (868), ainda encontrava-se n'aquele território uma população auto-reconhecida como Sueva, que residia principalmente aos arredores de Braga, Porto, Lamego, Viseu, Coimbra, Egitânia, Lisboa, Elbora, Beja e Faro.

Além da aculturação a partir dos séculos XII e XIII, os suevos também sofreram miscigenação ao "misturarem-se" com os Castrejos e com outros povos habitantes do restante da Lusitânia e Elbora, regiões que então momento estavam sob o domínio árabe.

Ao estabelecerem-se no território. os suevos adaptaram rapidamente a língua hispano-latina falada nas províncias que ocuparam, pelo que poucos vestígios restam da sua língua nativa. Identificou-se, ainda assim, a palavra "laverca" (uma forma arcaica de "cotovia" em português) como derivada do suevo lawerca. Segundo Dan Stanislawski, o modo de vida dos portugueses da região nortenha foi herdado dos suevos, principalmente por predominarem as pequenas propriedades rurais contrariamente à região sul de Portugal onde predomina o grande latifúndio. Aos suevos também se atribui a introdução do arado quadrado na Península.

Os suevos foram reconhecidos, dentre os povos germânicos que invadiram a Península, como os de maior impacto e importância para a formação de Portugal, seja pelo princípio de suas fronteiras, da toponímia local ou da construção genética do próprio povo português.

in http://www.wikiwand.com/pt/Suevos, [Consultado em 12dez2017]